Eminem se apresenta em SP sob forte temporal

Contrariando as notícias de que seus shows vinham sendo desanimados mundo afora, assim como sua recente fase musical, Eminem mostrou empolgação em sua esperada primeira apresentação no Brasil, ocorrida na noite desta sexta-feira (05 de novembro) no Jockey Club de São Paulo, dentro do festival F1 Rocks. Diversificou o repertório e, mesmo com a forte chuva que caiu na capital paulista durante seu show, teve toda a atenção dos presentes.

A arena montada no Jockey passou longe de estar lotada. No entanto, aqueles que foram ao evento assitiram a uma apresentação digna de um dos maiores nomes da música mundial dos últimos tempos.

A chuva acabou servindo de desculpa para o show começar bem depois do prometido, mas não foi determinante para ditar o ritmo da plateia, que se manteve empolgada. Atrasou e encurtou bastante os shows de Marcelo D2 e N.E.R.D, que tocaram antes de Eminem, e quase comprometeu a apresentação do rapper de Detroit. Eminem subiu ao palco por volta das 23h e mostrou o seu melhor.

Discreto no figurino e vestindo roupa toda preta, com uma bermuda, blusão de capuz e boné, que o protegiam da chuva, o Slim Shady mostrou que hoje está mais experiente e objetivo. Sem muito rodeio, passeou por seus hits, dando ao público o que ele esperava.

Durante o show, mostrou faixas do recente "Recovery", até lembranças de 10 anos atrás por meio de "The Real Slim Shady" (de 2000), passando pelo trecho da nova música "Airplanes", gravada com o rapper B.o.B e a cantora teen Hayley Williams, do grupo Paramore. Deu tempo de relembrar a trágica "Stan", que traz a inglesa Dido no refrão, e "Lose Yourself", que garantiu o primeiro e único Oscar para um rapper, na categoria trilha-sonora (8 Mille – Rua das Ilusões /2003).

O público era variado: alguns poucos fãs de rap devidamente trajados com calças largas e bonés, misturados a muitos adolescentes e adultos, que pareciam conhecer o som de Eminem apenas de festas ou clipes. Havia também aqueles que pareciam ter os raps do norte-americano como trilha sonora da juventude, muito bem representada pela obra irônica e raivosa do rapper.

Antes de seu último e aclamado álbum, "Recovery", Eminem vinha de uma série de fracassos mercadológicos, graças a trabalhos que nâo vingaram. Alguns dos motivos foram os problemas com remédios antidepressivos e constantes brigas com sua ex-mulher, que tiraram o foco do rapper. No final dos anos 90, Eminem apareceu como um dos artistas que mais vendia no gênero, apesar de ser um dos únicos rappers brancos em evidência.

Seu ápice ocorreu em "The Marshall Mathers LP" (2000), no qual ele tratava, nas letras, de seu amadurecimento musical e pessoal. Vendeu milhões de cópias do álbum pelo mundo.

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